PREGUIÇA
Escuto o barulho do vento
sussurrando, sussurrando,
balançando as folhas verdes
dar árvores que dormem, encantadas,
imersas em sono profundo,
em si mesmo mergulhadas.
Entre centelhas vermelhas
vejo a manhã clareando,
escorrendo na calçada,
se detendo em cada pedra.
Logo o o sol chega e espia
pela fresta da janela
curioso e insistente
querendo ver os presentes
que ganhei, ontem, aos montes.
Fecho a cortina e me viro
para a parede sem pressa,
(aquela parede caiada
que ficou amarelada),
indiferente ao ruído
que tenta entrar, mas não passa:
se esvai,
atrás da vidraça.