ENCONTRO
Um nome.
Um corpo.
Um mistério.
Um homem na ferrovia,
sempre à véspera
de vir,
de ir,
de voltar.
Um homem que espero,
apesar da pressa.
Um homem em movimento,
cujo encontro não poderia se dar
se não na locomotivação,
que num salto
me fez olhar.
Neste olhar
vi um menino adormecido,
escondido do tempo,
sonhando com tijolos coloridos
vindos do Japão.
Este menino dorme,
enquanto o maquinista encarrega-se
de me traze-lo de volta.
Quando chega
é de novo o homem
que encontro,
e que amanhã
partirá.