O Encontro

Os lúgubres augúrios

de um corvo crocitante

sobre uma árvore outonal

emolduravam o encontro final.

E um olhar grave,

cravado no passeio,

de cravos cheios,

fitava minha queda fatal.

Túmida morte,

de frios braços largos

que a todos abraça no final.

Lembranças esparsas,

Confusas.

Fios de cabelo no meio fio

Tumulto, tumulto.

De gente, pensamentos e sensações,

Tumultuando túneis e o ar,

Tumultuando o trânsito

de tudo o que há de passar,

Enfim, partir ou ficar?

Uma sirene abria caminhos,

Inutilmente,

Mãos em látex partiam ávidas

a perscrutar sinais.

Mas aquele tumulto,

o tumulto já não se escutava mais

Apenas um silêncio sepulcral,

Interrompido,

pelo execrável crocitar do corvo

e seu grave olhar

cravado no passeio,

de cravos cheio,

A meu o corpo enfeitar,

Neste sonhado encontro.

Roger Beier
Enviado por Roger Beier em 01/10/2006
Código do texto: T253754