Amargura
Com as dores que lavam meu coração
Teço um mar de ondas viris.
Faço-as bater nessa rocha chamada Razão
E rezo pelo fim desses dias febris.
Quanto medo, desespero!
O amor que laça depois fere a alma
Traz aflição e desejo.
Penso em voar
Qual um pássaro a fugir da amarga solidão.
Vôo firme, sem descansar,
Já não sei se de quem eu fujo é da paixão.
Sou a flor que colhes com carinho
Aquela a quem tu amas e cuidas.
Que amargura!
Pensar que em ti encontro doce afago
E logo vir-me a mente
Que um dia o doce amarga!