Amargura

Com as dores que lavam meu coração

Teço um mar de ondas viris.

Faço-as bater nessa rocha chamada Razão

E rezo pelo fim desses dias febris.

Quanto medo, desespero!

O amor que laça depois fere a alma

Traz aflição e desejo.

Penso em voar

Qual um pássaro a fugir da amarga solidão.

Vôo firme, sem descansar,

Já não sei se de quem eu fujo é da paixão.

Sou a flor que colhes com carinho

Aquela a quem tu amas e cuidas.

Que amargura!

Pensar que em ti encontro doce afago

E logo vir-me a mente

Que um dia o doce amarga!

Cecilia Mendes
Enviado por Cecilia Mendes em 01/10/2006
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