À minha mãe!
Tu longe de mim; eu perto de nada;
Tu nas noites frias, insone, acordada;
Eu fria nas noites acordando o sonho
Sem saber que a mão de Deus, enviada
Por tu, me vêm e logo acalentada
Esqueço as velhas dores e me recomponho.
Durmo agora, já pois bem sossegada
Sem saber que tu doce mãe amada
Ofertas por meu sono o teu sono a Deus,
E põe: nos teus joelhos minhas dores tantas,
Nas lágrimas a voz presa na garganta,
Na garganta a ânsia destes dias meus.
O dia amanhece e, o sol aparecendo,
Inda se pode ouvir tua voz dizendo:
Deus vai com minha filha aonde ela for!!
E em cada canto vou acompanhada,
Se por mil anjos não tiver guardada
Decerto protegida pelo Seu amor.