ENCONTRO NA PRAIA
As folhas dos coqueiros balançavam,
naquela praia pequena e deserta.
Batia meu coração em ritmo lento,
na incerteza quedando-se, alerta,
será que alguém virá?
Pondo fim ao meu tormento?
Na areia da praia sentada,
o mar eu observava.
As marolas inquietas deixavam,
seus traços na areia do mar,
e como as marcas da minha alma,
um dia também iriam se apagar.
As ondas batiam nas pedras,
jogando espumas no ar.
Longe da terra uma canoa,
de alguém que é do mar,
e que está sempre a esperar.
Mar dos pescadores.
Mar das desilusões.
Mar dos primeiros amores.
Mar das tensões.
Mar de tantas cores.
Mar paradisíaco.
Mar dos prazeres e lirismo.
Da lua cheia.
Do romantismo.
Do por do sol e da areia.
Inquieta andei pela praia,
esperando notícias do vento,
que voltou em desalento.
Soprando cansado e lento,
sem ninguém encontrar.
E na praia dos nossos sonhos,
dos nossos desejos,
e segredos.
Anoiteceu e ninguém apareceu.
Somente o vento,
de mim se compadeceu.