ENCONTRO NA PRAIA

As folhas dos coqueiros balançavam,

naquela praia pequena e deserta.

Batia meu coração em ritmo lento,

na incerteza quedando-se, alerta,

será que alguém virá?

Pondo fim ao meu tormento?

Na areia da praia sentada,

o mar eu observava.

As marolas inquietas deixavam,

seus traços na areia do mar,

e como as marcas da minha alma,

um dia também iriam se apagar.

As ondas batiam nas pedras,

jogando espumas no ar.

Longe da terra uma canoa,

de alguém que é do mar,

e que está sempre a esperar.

Mar dos pescadores.

Mar das desilusões.

Mar dos primeiros amores.

Mar das tensões.

Mar de tantas cores.

Mar paradisíaco.

Mar dos prazeres e lirismo.

Da lua cheia.

Do romantismo.

Do por do sol e da areia.

Inquieta andei pela praia,

esperando notícias do vento,

que voltou em desalento.

Soprando cansado e lento,

sem ninguém encontrar.

E na praia dos nossos sonhos,

dos nossos desejos,

e segredos.

Anoiteceu e ninguém apareceu.

Somente o vento,

de mim se compadeceu.

Pietra
Enviado por Pietra em 02/10/2006
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