Fino tecido...

Prateleiras... Eram tantas... Eram minhas.
A fina seda transparente... O escolher dos olhos o brilho... Ser... Eternamente.
Volvo as pétalas para o pote de vidro... E dobro o fino tecido da memória.
Lancei as peças sobre a mesa... Marquei cada metro com números retorcidos... Vi o tempo passando... Pesado laço, nos cabelos.
Uma imagem guardada a sete chaves... Eu, em minha cena escolhida... Um segredo movido à lenha... Trilhos.
Da ponte, salto com pedras nos bolsos... Olho o verde gosto das coisas inebriando o sol do avesso... Mergulho, em águas rasas... Seguro giro.
Andei pelas ruas... Soltas... Pareciam enroscar-se umas nas outras.
Caracóis de estradas... Encruzilhadas... Veias que acalentam o meu sorriso...
Vejo a cantoria da chuva de pássaros... Sacudida a árvore, a dança das asas.
Bati, no muro da realidade... Para que provar que existo?... Se penso... Logo... Logo... Morro.
Icônico aprendizado... Desenhar as setas, as rotas e metas... Apagar com as lágrimas.
Assim, perdido o rumo da trama... Gabeh vira o passadiço de folhas em branco...
Meus pés cansam... Paro no meio do tecer... Meio ao termo, meio-termo... Terno sofrer é viver.


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