Carne Viva.

Quisera fosse a dor, esta senhora,

A causa deste pranto benfazejo

O sorriso que nasce neste ensejo;

O êxtase da lágrima que aflora.

Agora quando a paz já foi embora

E toda dor se acumula do desejo

Um prazer tão feroz quanto sobejo

Rasga a carne da presa que devora.

Quisera renascer em outra parte

Onde esta dor não dói desconhecida

E não existam penas por amar-te

E amar-te novamente noutra vida.

Renascer outra vez, enquanto baste,

Adorando inda mais esta ferida.