LAGRIMAS NO ESCURO

Ainda bem que a lâmpada estava apagada.

Sentado no sofá,

O som do peito

Traia o cair das lagrimas.

Silenciosa como o orvalho

Não fazia questão

De ser surpreendida.

Abundante na face que a continha

Borrava a camisa

Que ainda tinha o perfume dela.

Para quem ouvisse o lamento daquele instante,

No escuro não poderia retratar

O que as lagrimas delatavam.

É a alma transbordando

O que não consegue represar.

É o adeus que se impôs

É a saudade que se abrigou

É ela que não está mais aqui.

Di Camargo, 21/10/2010

Di Camargo
Enviado por Di Camargo em 21/10/2010
Reeditado em 21/10/2010
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