O homem

Sou o que sou não me importa o que pelo mundo sou julgada

Vivo o que me é concedido viver sem lamentações.

Sem grandes ambições dentre outros seres serei humilhada,

Se tenciono almejar algo mais forte apresentam-me desilusões.

Rico é o mundo, pobre é a humanidade

Forte é o sábio, fraco e insolente é seu irmão

Não se vive em fraternidade

Ambiciona-se apenas um falso perdão.

Eleva-se o EU mais concreto ao ápice da vitória

Destrói-se o EU imaterial pela raiz mais profunda

Visa-se apenas a materialidade efêmera da história

Não se vê a beleza latente do nosso belo mundo.

Orgulhamo-nos de fatos e realizações lógicas

O sentir vaga a procura de um coração

Não se percebe que sem amor o fim é trájico

E nos deixamos levar pela vida sem razão.

Quão inocente é o ser racional da terra

Julga-se feliz e realizado totalmente

Não vê a tristeza que encerra

A sua bomba que a tudo destrói cruelmente.

Afastando de si a beleza racionalplena, real

Admite-se como sendo a perfeição do mundo

Não enxerga o tão grande mal

Que lhe causa ferimento profundo.

Sonha consigo mesmo num êxtase infundado

Egocêntrico ser margeando a sarjeta na enxurrada

Ente orgulhoso por si mesmo maltratado

Tem sua vida tão promissora consumada.

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 05/10/2006
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