Soneto Azul.

A Carlos Pena Filho

Joguei azul na face da paisagem

E mais azul nos meus olhos enfermos

Vesti de azul o forro da miragem

E todo azul do próximo no ermo.

Pus mais azul na cor desta mensagem

Azul e azul por cima dele mesmo

E tanto azul, ao léu, na minha imagem

Que o azul fulgiu no céu pintado a esmo.

Pintei de azul as luzes da cidade

E o clima azul tornou-se um sentimento

Então o azul se fez identidade

E a paz azul também se fez tormento

Vivi no azul vazão da intensidade

Na insanidade azul do pensamento.