Canto camaleônico

Clara noite!

Sou uma camaleônica

E me perco no espaço que me obscurece

Perco-me no meio do chão que me escoa

Meio tempo, meio lua

Sinto-me louca, calada

Meio Arco, lua nua

Que me veste ao clarear

Quando a quentura me abraça

E sinto-me fria, colorida

Pelo corpo absurdo que me acalma

Daí pergunto-me...

Porque me atinges brava cor?

O refúgio me traz resposta

Enquanto o colorido me balança

Rio sozinha...em segredo

Longe do olho que me corre lágrimas

Silenciosa, fujo do medo

Longe do tempo por vagas horas

Vestida-me de textura mistifico

Envaidecida de cor pelas costas

Por volta de um tempo sem hora

Eu, afogo-me em cores

Elas correm de mim

E deságuam Rumores

Eu, por perto me desconheço

E num deixado espaço

Por ventura me despeço

De um corpo que corre pelos cantos

Findando o sôo que nunca sai

Seria do meu canto fechando

E ainda perguntando...

Porque me atingiste brava cor?

O sombrio me responde colorido

Que só a mim ele pode falar

Fabiana Alcântara
Enviado por Fabiana Alcântara em 09/10/2006
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