O poeta angustiado

Falei muitas coisas; até palavras sensatas.

Tentei mostrar o segredo despido pela mente do poeta.

A alma sucumbe ante o delírio de nossa pena.

Brincamos com as palavras; abrimos mentes, criamos mundos.

Observamos ao nosso redor, o nosso interior, nunca perdemos a cena,

O momento, o retrato de um pensamento, a dor, o amor, o sofrimento.

O vidente lê os espíritos e sente suas fibras; penetra suas entranhas.

A angustia, o fascínio, o horror, a paixão, e muitos outros são seus motores.

Entre eles, no trono, está o coração; o peito é cordel, é canção.

Seu olho é o buraco do mundo; despe o véu de todos os tormentos.

Falei dos outros e de mim;

Vi o outro em mim e eu nele.

É bom matar o bode e curtir o coro,

Contudo em tudo carrego um choro;

Clamo no meu silêncio ao vento, se me escuta.

Não sei o final desta luta.

Enquanto houver figuras moventes; sombras viventes.

O vidente, com seus olhos, ilumina a estrada.

Fixa-se nas pegadas em sua caminhada.

Sonha acordado um bom mundo,

Fala de um dia real.

Mas tudo não passa de palavras.

Invenção nossa, como tudo mais.

Coisas de poeta angustiado...

Roosevelt leite
Enviado por Roosevelt leite em 08/11/2010
Código do texto: T2604402
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