NOS BRAÇOS DO RIO, NO CORAÇÃO DO MAR
Vou seguindo o rio,
No meu silêncio,
Em cada curva,
De águas turvas,
Entrego fatos,
Marcantes e raros,
Do meu existir.
É a vida que passa,
Na leveza das folhas que bóiam,
Nos galhos frágeis do ingazeiro,
Que beijam a flor da água.
É a vida que desfila,
Nas brumas das correntezas,
Buscando respostas breves,
No som das águas que partem.
E lá se vão minhas guerras,
Minhas incertezas, meus conflitos,
Sem gritos,
Nem resistências,
Procurando abrigo,
Nos braços do rio,
No coração do mar.