AS FLORES

A flor que aparece, que aflora

Flor cheirada, admirada, encanta

Flor oferecida com amor, desflora

Flor de morte, murcha na terra santa

Flor do mato, tão brava e silvestre

Ignorada e esquecida, que linda flor

Esconde envergonhada a beleza agreste

Cerca de altos muros o resguardado pudor

Flor doméstica, linda prisioneira

No espaço do vaso cerâmico confinada

Sua pudica beleza é falada na rua inteira

Sua pele lisa e sedosa, é de longe admirada

Flor parasita, que precisa pr’a viver

Ser alimentada na raiz por árvore forte

Linda flor, sua beleza imensa a faz esquecer

Que é a eterna prisioneira da sua própria sorte

João Guerreiro
Enviado por João Guerreiro em 25/11/2010
Código do texto: T2636904
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