Sentada na escada
SENTADA NA ESCADA
Sentada na escada
Que separa quem sou
Do que penso ser,
Vou tecendo mil pensares
Enquanto a noite
Cobre meu coração
De tristes ares.
O céu, lago espelhado,
Onde fito o sonho meu
Vai aos pouco escurecendo.
Uma estrela aparece...
Pirilampo do infinito
Que me chama e desaparece.
Ah, quem dera um vaga-lume
Que afaste todo o negrume
Que intimida o meu ser.
Ah, quem dera um vaga-lume
Que acenda o meu lume
E me deixe em paz viver.