Como uma onda...

[Ao mote do comentário de Edgar Alejandro]

Sou onda alta quando em fúria,

chego derrubando o que encontro,

nada me detém, sou pior que luxúria

devastando os de fé, em seu ponto.

Sou onda baixa quando em paz,

numa marola de apenas beijar pés;

brinco, venho, volto num leva-e-traz,

de carinho, geladinho, em cafunés.

Sou ondas altas e baixas no prazer,

chego, molho, derramo e deságuo,

abasteço com o sal suado do querer,

resseco com o mesmo, um desagravo.

Subo e desço de acordo com a lua,

levanto, baixo, pingo em fio de corte,

repasso na areia minha emoção nua,

com meu levante, força e minha sorte.