Silhueta
J B Carneiro
Cai a noite...
O céu parece estar em festa:
O Universo carrega um manto estrelado,
Ostentando a cabeça, a coroa do luar.
Nuvens espessas em gradação de cores
Formam: castelos, bosques e rios,
Filigranas turquesa entrelaçados,
Aguardam-te vir de longe...
Aportar no cais precioso!
Eis que suge a gôndola esperada:
Aproxima-se de mansinho, sobre as águas prateadas,
Colhi pétalas caídas..
Tranformei-as em feixes, na tua triste partida...
As margaridas, na tua alegre chegada!
No ancouradouro da esperança,
Seus pés retornam a pisar...
Bosques verdes e campos dourados,
Espalham na brisa, pétalas de nebulosas...
Os sinos do coração badalam sem parar...
Seu véu carmim, adejava à brisa primaveril!
Seus lábios tem curvas suaves, como o topo da maçã.
Sua voz... transbordava desejo de amor!
A ponta da sua língua entre seus lábios,
Mantinham serena suas feições jovens e suaves.
Lágrimas de saudades brotavam de seus olhos,
Solevantando as sobrancelhas e apertando os lábios:
Expressavam sua emoção sem dizer palavra...