A PIPA

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A PIPA

Os homens espiam os lírios

e os colibris, os homens.

Dos bancos das praças

os velhos olham as pipas

invejosos dos guris

que não enxergam as horas,

entretidos por uma eternidade

imaginária.

O tempo, um brinquedo

sem volta

qual o vento forte

que a linha arrebenta.

O menino espia a pipa

e não vê o céu.

O velho, o céu

sem enxergar o sol.

Entre a pipa

e o horizonte

um vácuo de infinito

que o olhar

do menino

não atinge

enquanto que o velho

pressente.

Paulo Franco

XX PRÊMIO MOUTOUNNÉE DE POESIA SALTO/SP - 2010

4º LUGAR