Retrocesso

J B Carneiro

Nossos dias são loucuras,

que correria neste país.

Sobe o gás, sobe o leite

sobe até o preço da meretriz.

Já não se tem escola decente,

também...

professor ganhando mal,

ele fica no vai e vem,

pra aumentar seu capital.

O aluno é refém,

da coisa imoral.

Vagabundo se da bem,

achacando o pessoal.

Passo fome noite e dia,

sem ter a minha ração.

O governo dita poesias,

amealhando o meu quinhão.

Não sei o que tanto se deve,

nesta terra de meu Deus.

Mesmo sem plantar nada,

até abóbora nasceu.

Da água cristalina,

só restou opacidade,

correndo pelos canos das ruas,

pra dizer que somos cidade.

Aquele arranha-céus,

que o "Tio Sam" ali instalou,

derrubou árvores de primeira,

e até favelado deslocou.

Foi jogado como selvagem,

indo lá pro fim do mundo,

só pra mostrarem por vaidade,

que somos nação de primeiro mundo.

www.jbpoesias.com

Jose Belarmino Carneiro
Enviado por Jose Belarmino Carneiro em 19/10/2006
Código do texto: T268188