Segredo das Almas
Gritei, gritei, gritei...
Corri desesperado,
freneticamente erguendo os braços.
A fadiga me surpreendeu numa inexplicável fascinação incontrolável,
ao longe, uma suave esperança aliviava os olhos.
Então, avancei sobre os pés cansados,
escutando a alma conversar com o destino implacável da minha sina.
O pavor tomou conta, ao me ver prisioneiro dos dias.
Quantas noites, mais, tenho?
Qual o segredo das almas?
Convencido pela certeza do pó
esqueço a paz, convicto da morte.
Acorrentado a esta terra
a vida escorre, por entre os dedos,
sem explicação.
Espaço e tempo são os segredos das almas.
Quando estas apagarem,
nada existirá!
Tampouco a morte!
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