Declarações IV...
Xu...
Que me adianta esperar o nascer do sol,
se há dentro de mim um vento frio?
Canto em meu coração a dor antiga
de uma velha canção nunca esquecida...
É a mesma que um dia nos uniu...
Hoje o outono ao deixar cair as folhas,
me lembra que só uma vez se é feliz.
Por que não esqueço essa canção?
Será por que tanto te amei?
Te vejo sobre a luz da vela
embaçada na janela
pelo pranto que chorei...
Por que não esqueço essa canção
se o rio que vai não volta mais?
E esta saudade ainda doente,
dançando em minha mente,
repete: nunca mais!...
Não é o medo da morte que me assusta,
Às vezes é pior seguir vivendo...
Nem a dor, nem teu Deus, nem o castigo...
Só sinto essa noite não estar contigo...
Mas a chama se apaga com o vento
E o vulto se perde no céu cinzento...
Entre os sonhos eu fico a te esperar...
Mas a canção me diz que tu não voltarás...
Então, por que não esqueço essa canção?
Será porque tanto te amei?