Quisera

J B Carneiro

Habita em meu corpo de barro,

A marca do amor,

No dorso, em desalinho.

Quisera, em teus passos,

Sentir o mormaço.

Sou terra molhada,

Sou teu caminho.

Quisera ser remanescente,

Árvore silvestre

A envolver-te

Em meus ramos libidinosos.

Quisera cobrir teu ventre

Com fruto latente,

Inconsciente e saliente

Ao deflorar teus pensamentos

Luxuriantes, pecaminosos.

Quisera ser o fogo a saciar

O desejo incontido,

Que arde nas entranhas

Do teu corpo sedutor.

Teus sentimentos despudorar

Ser tua libido,

Ser teu amante,

Teu amado e teu amor.

Quisera ser a água que brota

Do sentimento maculado,

A derramar a última gota

Em tua alma desfalecida.

Marcar em teu corpo

O gosto do prazer

Outrora congelado...

Não ser venerado!

Ser andante,

Ser errante...

Ser a Vida!

Jose Belarmino Carneiro
Enviado por Jose Belarmino Carneiro em 20/10/2006
Código do texto: T269203