A incerteza

 

O baque surpreende a alma, ecoando do nada.
O arrepio gelado na espinha, empurra o medo à direção do vazio.
O indescritível sentimento silencia a superfície...
É essa insondável angústia, aperta o coração e me deixa inerte.
Penso em voltar aos tempos de outrora, quando a modéstia da vida  fazia sentindo; segura e alegre. A hora da partida chega. Não há como regressar. Tento inibir às lágrimas que teimam em cair, oculto o verdadeiro motivo, envolvo ininterruptamente o processo doloso.
Às magoas, desaparecem, submerge o fracasso, para não testemunhar a morte de meus sentimentos.
Às dúvidas soçobraram, espantando as esperanças que emigram para bem-longe, revigorando o desespero.
Mas, floresceu a capacidade de seguir, o refúgio do novo e de ser acolhida.
E junto deles, sem ter escolha; por um orgulho medíocre, tenho que ir.
Talvez seja minha destruição...
Sinto um ímpeto de escapar,
numa fuga para lugar nenhum.
O baque surpreende a alma,
ecoando do nada.
O arrepio gelado na espinha,
empurra o medo
na direção do vazio.
Da alegria sobrou
o nada.
Do nada a tristeza.
E esta dor no peito, emudecendo-me
num grito incontido toda minha dor...
toda minha incerteza.


Jeanny Matos
Enviado por Jeanny Matos em 29/12/2010
Reeditado em 05/05/2011
Código do texto: T2698639
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