Olhos ébrios encaravam-me.

Meu misto de volúpia, culpa e amor

Espelhavam em minha íris sua embriagues.

Fez-se minha vontade perecer em teus braços,

Abandonar meu corpo em ato heróico

Na busca pelo amor. Não seria a primeira,

Certamente não a última.

Mas ainda assim, fiel ao meu pesar.

Me dói o peito tua ausência, pois

Em tua vida quero naufragar.

Tingir minha seda com teu ciano

Minha pele de terracota como

As filigranas de teu olhar.

Em teu rosto eu vejo o todo

Do qual nunca participei. Tu és

O meu caminho ou minha ponte para tal.

Estes não de sangue, sofrimento ou solidão.

Mas entendimento, companheirismo e felicidade.

Bases muito mais sólidas, são essas que construímos juntos.

Arya
Enviado por Arya em 30/12/2010
Reeditado em 30/12/2010
Código do texto: T2700329
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