Só uma palavra

Só uma palavra...

A noite sempre diz que o amanhã vem.

O dia tem.

O bem, também.

O chão da praça tanto para quem o olha ou passa tem pipocas coloridas.

É chão de gente.

Meninos e meninas correm em um vai e vem chamado infância.

Ecos perdidos e achados agora e depois é só a chance vir.

Chance para sorrir.

Para chorar.

Para parar de fazer qualquer coisa e sentar-se no banco da praça.

Olhar quem passa.

Alguém sempre passa como a noite de ontem.

Leva suas estórias guardadas de todos.

É particular.

O chão é público, mas o homem é propriedade privada.

É coisa velada do outro.

É o outro no chão da praça.

Que passa.

Que vem.

Que vai.

Que sente.

Que o tempo passa.

Sem presa.

Seu compasso é seu; coisa do tempo; salve o tempo.

E eu?

Caminho no chão como um escorpião velho a procura de comida.

É bicho pré-histórico.

Como a gente.

A gente da praça.

Que também passa.

Sim, por vezes, com muita graça.

Outras, o choro disfarça.

A praça tem máscaras de todos os tipos.

Tipos de gente.

Tipos de máscaras.

Que passam pela praça quando o sol volta no outro dia.

Foi só uma palavra...

Roosevelt leite
Enviado por Roosevelt leite em 30/12/2010
Código do texto: T2700691
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