Homenagem a Pablo Neruda

Descobri-me fugindo para um lar mais ao sul do meu continente, caminhando sob areias alaranjadas.

Estendidas para mim como eu havia imaginado de dentro desse grito ensurdecedor de desespero.

Vi-me caminhando como um Cristo que acabara de descer do Horto, deliciando-me na paz conquistada em minha guerra.

A manhã toda de sol muito claro e de mar misterioso.

É nesse mar que mergulho meus pensamentos.

Se você estiver bem atento os fantasmas não aparecerão.

Mas se tiver desarmado a consciência você os verá,

Sem a certeza de que os viu.

Ficará duvidando, duvidando, na incerteza de que os seus fantasmas existem.

Descobri-me atrás dessa teia.

Assim como eu, há muitos que deveriam mergulhar nesse mar salgado, buscando corais coloridos.

Ir além da fresta onde enxergamos a escuridão.

Estão todos atados pelas algemas da inexistência.

Ainda não se descobriram revolucionários.

Vamos com “mãos dadas” com Carlos Drumonnd e Pablo Neruda.

Sérgio Caldeira
Enviado por Sérgio Caldeira em 03/01/2011
Código do texto: T2705760
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