Homenagem a Pablo Neruda
Descobri-me fugindo para um lar mais ao sul do meu continente, caminhando sob areias alaranjadas.
Estendidas para mim como eu havia imaginado de dentro desse grito ensurdecedor de desespero.
Vi-me caminhando como um Cristo que acabara de descer do Horto, deliciando-me na paz conquistada em minha guerra.
A manhã toda de sol muito claro e de mar misterioso.
É nesse mar que mergulho meus pensamentos.
Se você estiver bem atento os fantasmas não aparecerão.
Mas se tiver desarmado a consciência você os verá,
Sem a certeza de que os viu.
Ficará duvidando, duvidando, na incerteza de que os seus fantasmas existem.
Descobri-me atrás dessa teia.
Assim como eu, há muitos que deveriam mergulhar nesse mar salgado, buscando corais coloridos.
Ir além da fresta onde enxergamos a escuridão.
Estão todos atados pelas algemas da inexistência.
Ainda não se descobriram revolucionários.
Vamos com “mãos dadas” com Carlos Drumonnd e Pablo Neruda.