JOGO DA VIDA
Salta dentro do meu peito
Esta feroz raiva incontida
Das horas que jamais vivi
Em meu coração eu enjeito
Aquela dor forte e sofrida
Da mãe que em novo perdi
Sinto a revolta nas entranhas
De minha mocidade perdida
E muitos prazeres que vivi
Sinto ainda dores tamanhas
Causadas por toda a bebida
Que inconsciente eu bebi
E a recordação estranha
Daquela imagem esquecida
Do amor que eu não vivi
E a grandeza da montanha
Que é a escalada da vida
Para ter chegado até aqui
Sinto a unha que arranha
Minha pele já ressequida
No coito que eu não senti
Sinto que a morte me ganha
E que me leva de vencida
Neste jogo que eu não pedi.
1999