O Outro
Quando as superfícies me refletem eu ouço o gritar do outro, silencioso e tão denso, como se fosse o ar sobressalente de uma caverna marítima.
As minhas mãos estremecem, os meus olhos se retiram da figura. O que será que vêem?
Nunca ousei perguntar: todos os medos se originam no desconhecido. É o desconhecido que não sei se fere que me faz horripilar!
Espelho! Espelho!
Cruel lago!
Ao toque de tua face desaparece aquilo que sou.
E tu, outro, que me arrasta: se desfaça!
Volta para o lar obscuro de mim!
Deixa-me enganado com o pó da utopia.
Vai e deixa a minha ilusão!