Cálice de dores

Bebo o néctar do soluço

Nesta taça de ouro e prata

Do vinho o sangue vermelhuço

De um romance burocrata

Brindo sim sozinha o aranhuço

As mordidas feridas de fragata

Dos cheiros de pólen eunuco

Da grama que virou mata

E, coleciono em ode maluco

Tributo embriagado telepata

O vinho tão somente carapuço

Da viva angústia pacata

Coleciono dores

E bebo neste cálice

Meus desamores

Aftas da alma - ápice!!!

Sheila Gomes de Assis
Enviado por Sheila Gomes de Assis em 05/01/2011
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