canino

mordedura revelada

sem ater-se à presa

ou à agonia

do olho dilacerado

quatro lâminas a se tocar

nas pontas afiadas saboreia

a devoção ao sangue

refestelada na língua

entrega-se aos recortes

miúdos e quase mudos

à dor alheia

à liberdade entre os dentes

e ao nocauteado resta a lona

os caninos cravados

na nervura da carne

do confete rubro no chão.

Larissa Marques
Enviado por Larissa Marques em 05/01/2011
Código do texto: T2711783
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