O inquisidor
Espelho, espelho meu,
Quem sou eu?
A qualquer um que pergunto,
Dizem-me: não sei, tu não sou eu.
E o espelho, mudamente insensato,
Reflete-se-me nos olhos, essa bala demoníaca,
Que resvala nas paredes do meu corpo interior,
Me estremece e se cospe, procurando nos outros a resposta que é minha.
Eu dá-la-ei. Eu dá-la-ia. Eu não dou. Eu não sei.
Eu procuro. Eu pergunto.
Eu sou o inquisidor cruel
Eu? Quem sou? Sou quem?