O inquisidor

Espelho, espelho meu,

Quem sou eu?

A qualquer um que pergunto,

Dizem-me: não sei, tu não sou eu.

E o espelho, mudamente insensato,

Reflete-se-me nos olhos, essa bala demoníaca,

Que resvala nas paredes do meu corpo interior,

Me estremece e se cospe, procurando nos outros a resposta que é minha.

Eu dá-la-ei. Eu dá-la-ia. Eu não dou. Eu não sei.

Eu procuro. Eu pergunto.

Eu sou o inquisidor cruel

Eu? Quem sou? Sou quem?

Sérgio Caldeira
Enviado por Sérgio Caldeira em 07/01/2011
Reeditado em 07/01/2011
Código do texto: T2714878
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