Sem palavras

Viva aos amores selvagens, que não se explicam,

não fazem promessas, só vivem intensamente

a leitura inquieta do corpo...

Viva ao improviso, as desmedidas, a lua

que aparece quando quer,

mas, sempre pronta a amar...

Viva aos sonhos livres das amarras

e das comparações de um dia...

Viva ao sofrimento que causa uma despedida,

que se vai triste, mas, que nada prometeu...

Viva aos mútiplos instintos que permeiam

a alma humana,

Viva aos que os têm, e assume tudo na prática incorrigível

e alucinante de distribuir prazer...

Viva a humilde falta de romantismo

e a elevada temperatura do querer tocar...

Viva aos quintais, não aos jardins,

Viva aos becos e não às avenidas,

Viva ao conhaque e não o champangne...

Viva aos beijos dissimulados e medrosos,

Viva às flores amarelas de saudades

do que nunca se viveu...

E por fim, viva ao teu olhar esquisito

que dentro do teu tempo impermeável,

com nada se envolveu

Ada Mendes
Enviado por Ada Mendes em 08/01/2011
Código do texto: T2716975
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.