CHIBATA PRETA

Quem é que não se lembra

De uma negra, CHIBATA,

Que morava na Estação

E cozinhava em uma lata?

Eu vinha de Chã de Areia,

Por Figueiredo passava,

E chegando na Estação

Chibata Preta encontrava!

Conhecida por Chibata,

Chibata, Chibata Preta;

A pobrezinha, coitada,

Não tinha estudo nem letra!

Era uma pobre indigente

Que morava bem ao léu;

Tinha por cama o chão

E por cobertor, o céu!

Era um amontoado de lixo

Na margem daquela rua;

Era a “casa” da Chibata

Iluminada pela lua...

E por que “Chibata Preta”,

Também queres entender?

Não era porque tinha uma chibata

Para se mesma defender...

Era porque a pobrezinha,

Que cozinhava em uma lata,

Era magra e pretinha

Parecendo uma chibata!...

Era a Chibata Preta

Conhecida no Pilar

E também da região

Que vinha nos visitar.

Era o terror das crianças

Aquela negra Chibata,

Que morava na Estação

E cozinhava em uma lata!...

Mas um dia a pobrezinha

Partiu da nossa cidade;

Pois passava frio e fome,

Tamanha necessidade!

E Pilar ainda se lembra,

E alguns sentem saudade;

Daquela mulher pretinha...

Que partiu pra eternidade!

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ANTONIO COSTTA

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