Afago da Ilusão

Direi ao mundo que não existes

Negarei esta alegria pueril

Que borda meus lábios

Quando sorris em meu pensar

És uma invenção dos meus olhos

Um pretexto ao respirar dos sonhos

Ainda que o sol descerre

A cortina do meu despertar

Sim, direi que não existes

És um delírio das minhas mãos

Que te criaram para que as palavras

Inquietas e insones acariciem-se

Na curva dos meus dedos

E te anuncias em meus instantes

No além dentro de mim

No sempre que me conduz

Ao assombro de te sentir

Tu não existes, direi mais uma vez

És uma miragem, afago da ilusão

Inventado por meus passos

Para o trilhar de um destino

Menos escuro no caminho do tempo.

Porque é em ti que principia o sussurrar

Da fragrância de todas as cores

És apenas uma visão dos meus lábios

Para que o meu silêncio

Pudesse se despir...

Fernanda Guimarães

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Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 28/01/2005
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T2725