Cemitério do Caju
Como fruto,
Em contato com a terra apodrecemos
Deixando nela o arco efêmero
De nosso sumo e sabor
Nas suas veredas de mármore
A nossa paz subjetiva
(Que para eles é o nada e o eterno)
Marulhada no silêncio e no vento,
Que em nós arrasta a esperança
E subterraneamente carcome a carne
Sem batalha
Distantes estão às nuvens, a leveza
O tráfego na ponte Rio-Niterói
Os peixes e barcos na Baía
O movimento incessante das vidas
Os beijos e os erros
Os cansaços e os sonhos
O germe e o clímax
Um dia pousaram aqui
Sem saber
E tudo não será mais do que sonho
Das almas feéricas que saborearam
A raiz da terra, os sorrisos e os mistérios
E o movimento ao redor