Cemitério do Caju

Como fruto,

Em contato com a terra apodrecemos

Deixando nela o arco efêmero

De nosso sumo e sabor

Nas suas veredas de mármore

A nossa paz subjetiva

(Que para eles é o nada e o eterno)

Marulhada no silêncio e no vento,

Que em nós arrasta a esperança

E subterraneamente carcome a carne

Sem batalha

Distantes estão às nuvens, a leveza

O tráfego na ponte Rio-Niterói

Os peixes e barcos na Baía

O movimento incessante das vidas

Os beijos e os erros

Os cansaços e os sonhos

O germe e o clímax

Um dia pousaram aqui

Sem saber

E tudo não será mais do que sonho

Das almas feéricas que saborearam

A raiz da terra, os sorrisos e os mistérios

E o movimento ao redor

de Castro
Enviado por de Castro em 25/10/2006
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