SER ESTRANHO


Eu sou um ser estranho
Por mais que eu tente
Eu nunca amo tanto.

Eu sou um ser estranho
Constantemente da vida reclamo
E clamo por felicidade.

Eu sou um ser estranho
Ás vezes grito ou só chamo
Jamais vem a esperada resposta
Só aquele sombrio vulto atrás da porta
Então viro de costas, dou meia volta
E sigo sem direção a procura de alguém
Que não vem por estar no além.

Eu sou um ser estranho
Cheio de conflitos interiores
Fugindo de dores,
Correndo atrás de amores.

Eu sou um ser estranho
Meio anjo, meio louco
Meio solidão, meio cigano
Numa busca eterna de emoções
Através de transitórias paixões.

Eu sou um ser estranho
Não sei o porquê, mas sou assim
Sem começo, meio ou fim
Sem ponto de partida
Sem ponto de parada
Sem ponto de chegada
Sem ponto de referência
Meio incidência, meio indecência
Um ser estranho andando em circunferência.

 

ZARONDY, Zaymond. VERBOS, VERBETES, VERBORRAGIAS. São Paulo: Grupo Editorial Beco dos Poetas & Escritores Ltda., 2017.
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 28/01/2011
Reeditado em 20/05/2017
Código do texto: T2756830
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.