Belo, belo, belo.

Sem os traços, todos nós seriamos iguais.

O fator carnal é promiscuidade.

Cor, credo, raça, o racismo é crueldade,

mas, o olhar de amor é fundamental.

A geometria e a estética não faz sentido,

ao nascer, o urubu é alvo e domável.

A incompreensão é cara, cobra pedágio

e nos deixa feio - de coração contido.

O espírito é incógnito e misterioso,

aos olhos carnais, sem dimensão, inexistente.

Mas, está no céu, na terra, dentro da gente

e se sábio, reto, nos torna formoso.

A perfeição e a beleza material nos contradiz,

destorce, ou inviabiliza a vaidade alheia.

E o ser comum perece, desnorteia,

porque o ditoso é tolo, orgulhoso e aprendiz.

A terra é um grão de areia no universo

e o universo é inexorável, nunca se acaba.

Somos um grão de areia, carne podre, somos nada,

mas, seriamos muito, se do mundo fôssemos inverso.

Porque belo é Deus.

E se Deus é belo, como uma criança,

nós também somos belos.

Porque somos a sua semelhança.