Aperte meu coração

Com o olhar,

Conseguiu me desarmar.

Quebrou meus escudos,

Minhas defesas.

Pegou-me desprevenido,

Como flecha conseguiu acertar-me.

Dilacerou meu jeito bruto de ser,

Invadiu-me tão de repente.

Suavemente, suave.

Encontrou esconderijo,

No meu lado esquerdo.

Em meu coração grudou,

Num abraço,

Num beijo,

Adaptou-se ao meu ritmo,

Não sei se meu coração pulsa,

Ou você o faz pulsar...

Pulsa com meus pensamentos,

Pulsa aonde vou,

Pulsa quando durmo,

E sempre você lá,

Pulsando, grudada,

Fazendo pulsar.

Às vezes aperta tanto que doe.

Espreme e faz sangrar,

Também se não aperta sinto falta,

Sinto que falta algo!

Marca meus passos,

Nesse aperto;

Diz que me ama.

Jeito obsceno de querer,

Maneira única de me amar.

Allan Ribeiro Fraga

ESCRITOR FRAGA
Enviado por ESCRITOR FRAGA em 03/03/2011
Reeditado em 03/03/2011
Código do texto: T2826070
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