Olhar
Afrontada pelo olhar naveguei
na vereda estreita de mil emoções...
Eu, grânulo sequioso...
Você, porte intenso lançando-me um olhar...
E com que intensidade fui fulminada pelo seu ato!
Um olhar afetado, quase uma careta...
Ou arremedo de sorriso?
Um resquício de som exacerbado me liberta.
A criatura faminta dentro de mim inquieta-se.
Nas cascatas de anseio extravio meus referenciais.
E quem estará aqui depois? especulo
Como sobreviverei, então ?
Falo depressa pois meu tempo se esgota.
E constato, mais atenta, uma centelha
que vagueia fumegante
que teima em não se extinguir.
E não te contagia, que pena...
Avoluma em meu íntimo.