monólogo
p/ Felipe Ferreira
num canto qualquer desse absurdo
dorme a natureza febril
do som... da voz... dos gestos.
é passagem, "transfiguração" de apelos
codinomes monstruosos da paisagem árida
e tão cheia de vida
já dorme o tempo
em tempos de solidão e miséria
mas a curto e brevíssimo passo
num ímpeto voluptoso da mão
a gaveta é aberta...
lá está ele
silencioso e tranquilo
à espera do verbo que o rasgará
e o transformrá
da renúncia
da solidão
da inércia
t r a n s f i g u r a n d o - s e
em som... em voz... em gestos e...
aplausos
descerrem as cortinas
o papel será cumprido.