Pobre gota d’água

Pobre gota d’água caída do lindo céu

Antes se abrigava nas nuvens e ao mundo todo conhecia

Hoje desliza sem ser notada, sem importância aos olhos indiferentes

Que a ignoram sem reconhecer seu passado nobre

Pobre gota d’água caída do lindo céu

Estava ela vagando pelos ares

Acompanhada dos belos montes e das impávidas aves

E, de repente, desce dos ares em direção ao solo

Pobre gota d’água caída do lindo céu

Descida num rio que corre e não diz aonde vai

E se perde na necessidade humana de sobreviver

E levada para os canos das cidades não sabe o que lhe espera mais

Pobre gota d’água caída do lindo céu

Circulando presa por quilômetros de tubos escuros

Lembra do tempo que via o magnífico azul celeste

Imagina quando poderá encontrar futuro que lhe preste

Pobre gota d’água caída do lindo céu

Desliza correndo sob as tubulações

E como num passe de mágica vê em sua frente a luz

Da ponta da torneira que lhe mostrará mais um infinito de emoções.

Bruno Dias
Enviado por Bruno Dias em 07/11/2006
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