CASTIDADE

Triste e amargurada se foi a pobre e doce criatura.

Não sei qual o seu paradeiro.

Nem foi o primeiro, nem o derradeiro.

Esta é uma estória de herdeiros.

Herdeiros de nada.

A moça se cansou de casar.

Sua doçura derreteu-se como fel.

Escondeu-se sua candura,

Nasceu-lhe uma armadura.

O coração estava brocado.

Desesperado.

Onde está o namorado?

Virou marido.

Atrevido!

Sopa sem sal.

Ela quis sonhar de novo.

Pintou os olhos de lilás

Pos um vestido vermelho.

Bebeu uma taça de vinho tinto.

Atravessou a rua.

Era tardinha.

Charme ela tinha.

Parecia uma mocinha.

Mimosa...

Teimosa...

Cheirosa...

Amou-me até nascer o dia.

E ele não soube; nem desconfiou.

Nadei em seu mar de rosas.

Senti seu hálito de mulher amorosa.

Tudo foi uma delícia.

E ela não sentiu remorsos.

Eu também...

Roosevelt leite
Enviado por Roosevelt leite em 17/03/2011
Código do texto: T2854076
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