Animal de estimação
Toda família de bom astral,
Guarda amor no coração,
E sempre adota um animal,
Pra dividir a atenção,
Júlia adotou uma perereca,
Que ela pegou na lagoa,
Cuidava como uma boneca,
Nunca a deixava à toa,
Pois, a perereca da moça,
Chamava muita atenção,
Brilhava como uma louça,
Um xodó do coração,
Era cheiroso o bicho dela,
Tinha a pele lisa sem limo,
De qualidade a mais bela,
Cheia de vida e de mimos,
Quando ela ia ao cinema,
Antes do filme vinha um passeio,
E sem causar nenhum problema,
Não provocava receio,
A perereca da menina,
Só andava grudada nela,
Colada como resina,
No seu lar, na passarela,
Ela chamava atenção,
Arrancava muitos suspiros,
Perereca de estimação,
A tentação do vampiro,
Sempre tinha um atrevido,
Tentando tocá-la com a mão,
E manter o ato escondido,
Pra não causar confusão,
Realmente era uma dama,
Aquela perereca estimada,
Tinha um aquário e muita fama,
Dos desejos a desejada,
Se houvesse mudança de clima,
Ela ficava carente,
Algo que te aquecesse por cima,
Mantendo a bichinha quente,
Um dia Júlia marcou,
Ao levar a perereca no lago,
Uma cobra seu bicho atacou,
Devorou fez um estrago,
Júlia chorou por demais,
Criou ódio da serpente,
Contou a história a seus pais,
Deixou saudades na gente.
Francisco de Assis Silva é Bombeiro Militar em Rondonópolis.
Email: assislike@hotmail.com