BALÃO DE ENSAIO


Estremeço, quando envio-me
aos anjos piscados nas piscadelas
pisoteadas da sombra das horas

uns frutos sem mágoa estirados ao estilo 
de rebuços e alfinetes ao léu da lâmina azul

viril e saliente o desejos de esquecer.

Desejo-me ao vento com um esquecimento
de lua morna em dia azul
                                luminoso e cordel
- nos ruídos do balão de ensaio -
fremente freqüência
de entrega aspirados, estúpido brinquedo
o válido bom senso.

A música do dia nem sempre o acompanha
na extensão do estribilho, antes, lúcida
em suas hostes, comumente se retraí no
ângulo reto central e curvilíneo
do Astro Altaneiro, enfeitiçado de amarelo
e puído de auréola bravia e consciente,
enfim, calam-se os primários brados dos
mares estirados à muito ritmo

até que se concentrem as faces dos libertos
que ensaiam dança e vocábulo em uns meneios
aspirados a cada retomada na
longícua e breve inspiração do sorriso.
Jandira Zanchi
Enviado por Jandira Zanchi em 12/11/2006
Código do texto: T289245