TARDE DE CHUVA

Lá fora a luminosidade cai

fica só a luz refratária

a temperatura cai

o corpo clama por outro

e a boca seca, deseja o vinho que você tomou ontem

aquele com gosto de nostalgia...

Brindamos

a tessitura da vida

que deixa a nostalgia dar sabor aos vinhos

brindamos com nós mesmos

sorvendo os instantes vividos

lambendo o passado

O doce e o amargo...

o doce do desejo e o amargo do não ter

na ânsia do ser

acariciando os sonhos

do ter você em mim

Minha língua explorando teu corpo

que se desmancha

de pele eriçada

em meu desejo

Ramon David
Enviado por Ramon David em 10/04/2011
Reeditado em 12/04/2011
Código do texto: T2900507
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