CANTIGA DA DOR

Passeava alegre e feliz a procura de alguém

Na ânsia de encontrá-lo e aumentar a alegria,

Mas o destino novamente fez como quem

Está pronto para armar uma bela fria.

O sol brilhava forte e a forte ventania

Eram como rumores aos meus ouvidos

Falando com a mais triste litania

O que aos sentimentos não eram movidos.

De repente, a visão! O coração começa a agitar.

E na sua velocidade, a ventania o acompanha.

O ser a quem dei o coração para amar,

Havia me preparado uma horrível façanha.

O sol perdeu todo seu brilho magistral

E só escuridão invadiu meu alegre olhar.

Meu corpo de arrepiou, e o pensamento marginal

Substituiu o conceito do que é amar.

O calor do ódio e o sabor da vingança invadiu o coração

E o bômbo infernal fazia-se ouvir com ardor.

Respirava com dificuldade e com muita agitação

E a grande fúria queria livrar-se da dor.

E a água calma do glóbulo de visão

Começava a ondular de cá para lá.

Mas o orgulho e a forte maldição

Ordenaram que ficasse onde está.

Mas a visão que guardou a mente

Iluminava-me com todo clarão,

Incandeando quem obviamente

Não quer lembrar uma decepção.

As lembranças mais e mais se repetiam

E o corpo, a mente e o mais profundo do ser,

Numa tamanha loucura se cruzavam

Enfraquecendo quem de pé queria se manter.

E ao longe, de lá do mais profundo,

Se aproximava o que na boca recuou

Caíram gotas dos olhos do meu mundo

E depois o triste pranto desabou!

INSPIRADO