Rota de fuga

Rota de fuga

Sandra Ravanini

Rota de fuga onde o sono é o apelo senil,

silenciando as estradas do desencanto...

quisera dormir até o sempre desse anil,

traindo a infelicidade do meu canto.

Afino as mágoas da notas que ecoam sem dó,

ouço o refrão da voz ofertando a crença

no pão, na água e no vinho ou um cálice de pó,

soprando a eternidade em meio a indiferença.

Rota de fuga, sou o pão, sou a água, eu sou o vinho,

fomentando o vazio e a minha estrada tão só...

pudera silenciar o refrão do espinho

daquelas vozes ofertando a aziaga mó.

Traio o anil; desperto o hedonismo nos egos,

entoo o refrão do silêncio à voz de espinhos,

ouço o vazio de outro provérbio mesquinho,

soprando o pó fiel nessa rota de cegos.

26/03/2011