O beijo depois do SOPRO

Um sopro,

a suave desilusão.

Um busca constante,

a tempestade sentida

e o medo próximo...

pernas trêmulas,

estagnadas...

diante dela...

Segundo sopro.

Este mais forte,

intenso...

O medo

agora está dentro...

e sem pernas...

Correr não posso

poder não quero

Coragem não chega

Não falo...

Terceiro sopro!

Agora com a voracidade

de uma... colisão.

Sim!

Dentro de mim

colidiram o sentir e o pensar.

E ambos saíram feridos de morte.

Silêncio.

Tempo vago

Cheio de olhares

que não pude corresponder...

Morri...

E só estou aqui

porque um beijo doce

de uma ligeira visão

me ressuscitou

numa noite escura

em lugar calmo

em companhia discreta

a olhar-me calada

antes de nos amarmos.

Assis Souza de Moura

Assis Souza de Moura
Enviado por Assis Souza de Moura em 17/11/2006
Código do texto: T293817