O beijo depois do SOPRO
Um sopro,
a suave desilusão.
Um busca constante,
a tempestade sentida
e o medo próximo...
pernas trêmulas,
estagnadas...
diante dela...
Segundo sopro.
Este mais forte,
intenso...
O medo
agora está dentro...
e sem pernas...
Correr não posso
poder não quero
Coragem não chega
Não falo...
Terceiro sopro!
Agora com a voracidade
de uma... colisão.
Sim!
Dentro de mim
colidiram o sentir e o pensar.
E ambos saíram feridos de morte.
Silêncio.
Tempo vago
Cheio de olhares
que não pude corresponder...
Morri...
E só estou aqui
porque um beijo doce
de uma ligeira visão
me ressuscitou
numa noite escura
em lugar calmo
em companhia discreta
a olhar-me calada
antes de nos amarmos.
Assis Souza de Moura