Ser tudo

Na solidão da noite

Na solidão da madrugada

Meu cérebro fica afoito

Meu eu já não é meu

Já não é nada

Digo tudo que sei

Digo a tudo não sei nada

O que fiz já se desfez

O meu brio agora é luz

E é desalmada

Sou eu e sou ela

Sou aquele e aquela

Um poeta que é tudo

É vestido e é também

Desnudo

Na solidão da madrugada

Sou um poeta ou poetisa

Ou não sou nada